O número de brasileiros que acompanham e analisam seus ganhos e gastos por meio de um orçamento é 37%, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com o estudo, uma boa parcela dos consumidores não faz a menor ideia para onde vai o salário.
Nesses casos, o descontrole financeiro quase sempre resulta em dívidas, afinal quem não sabe quanto e onde emprega o seu dinheiro corre mais risco de estourar o orçamento. Para evitar esse tipo de situação, os especialistas são unânimes. É fundamental anotar os gastos. Seja em planilhas no computador, em aplicativos no celular ou em caderneta de papel.
“Se o método for organizado, não importa qual seja a ferramenta. O importante é nunca deixar de analisar as informações anotadas. Algumas pessoas têm facilidade com planilhas ou aplicativos, mas outras ainda preferem um pedaço de papel. Ainda assim, é recomendável que o consumidor não se acomode e procure experimentar algo diferente, pois os aplicativos digitais surgiram para facilitar a vida financeira das pessoas, tornando o controle acessível a qualquer momento e lugar”, disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
A pesquisa mostra que mesmo entre os que adotam algum método de controle das finanças, 36% não planejam o mês com antecedência e vão registrando os gastos pessoais conforme eles ocorrem e outros 8% só anotam os gastos após o fechamento do mês. Já 56% planejam o mês com antecedência, registrando a expectativa de receitas e despesas dos 30 dias seguintes.
“Mesmo esse registro pode dar margem a furos no orçamento. Isso pode ocorrer pois as despesas de um mês podem não ser iguais às despesas dos demais meses do ano. Isso acontece porque há despesas sazonais, aquelas que ocorrem em determinado momento do ano, e o consumidor, concentrando-se apenas no orçamento mensal, pode se esquecer delas. É o caso do material escolar, IPTU, IPVA, aniversários na família, etc.”, explicou o chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central, Luis Mansur.
Orçamento anual
A orientação para quem tem renda constante, que não varia mês a mês, é a de fazer um orçamento anual para que as despesas tenham sempre o mesmo peso ao longo do ano. O consumidor pode estimar qual será o custo de cada despesa sazonal e dividi-lo ao longo do ano, poupando um pouco por mês, até chegar o momento de pagar cada uma delas.
Anotar todos os ganhos e gastos no mês, incluindo pequenos gastos com balinha ou cafezinho, ajuda a entender para onde foi o dinheiro. Com base nas anotações, é possível agrupar as despesas em categorias – por exemplo, habitação, alimentação, transportes, comunicação, vestuário, lazer – e assim analisar sua vida financeira e, se for o caso, equilibrar os gastos de acordo
Editado de: Agência Brasil